sábado, 4 de abril de 2009

Viagem atribulada...

Seguimos num caminho sem rumo, passamos por jardins que nos fascinam, vemos coisas que nos apaziguam a alma, passamos por bosques escuros sem clareiras que nos intimidam, passamos por estradas com buracos…. Ao longo deste caminho lembramo-nos de cada um dos buracos, de cada passo que damos dentro dos bosques mas é rara a altura em que nos lembramos das cores que encontramos nos jardins. Durante o caminho muitas vezes paramos e pensamos no porquê de apenas termos visto as cores do jardim e não aproveitámos para o sentir, o cheirar e apreciá-lo na sua magnitude, porque não nos deixámos absorver na sua essência, em muitas outras ocasiões trancamos essas imagens dentro de um portão para o qual não encontraremos de novo a chave. Recordamos os bosques por causa do medo, recordamos os buracos por causa da dor que nos causam e que nos cicatrizam. Sempre que o caminho nos apresenta momentos em que temos de escolher o percurso, o medo mostra sinais de vida novamente, medo de encontrar mais buracos, medo de entrar num bosque e de nos perdermos na sua imensidão e não encontrar a saída sem nunca nos lembrarmos que em cada bosque existe uma flor que se destaca ou que em cada buraco podemos encontrar uma réstia de vida que nos mostre a nossa verdadeira forma, a nossa verdadeira força e que nos ponha um sorriso nos lábios….
Muitas vezes ao longo deste caminho, temos companhia, alguém que nos segure a mão quando entramos no bosque, nos aponte a saída quando não a encontramos, nos faça rir quando encontramos buracos, sorria connosco ao olhar a beleza de um jardim, alguém que nos diga as coisas certas quando mais as necessitamos, partilhe connosco o que encontrou no seu caminho e a quem nós confiamos o que o nosso nos deu, enfim, alguém que nos modifique, que nos faça ver que sabemos sempre qual o percurso que devemos escolher. Neste caminho nunca estamos sozinhos, apesar de muitas vezes pensarmos o contrário. Há momentos também em que temos receio de acordar, porque nos achamos sem força para enfrentar o que o nosso caminho nos dá, a caminhada parece muitas vezes dolorosa e é nestes momentos que nos esquecemos de procurar pelo riacho que no bosque se esconde atrás dos arbustos e que não conseguimos ouvir correr porque o medo de enfrentar a escuridão do bosque se apoderou de nós.
Procura o teu riacho, a tua réstia de vida no buraco e assim encontrarás a chave para o jardim mais bonito e mais importante. Aquele jardim que se encontra dentro de ti que tu plantaste ao longo do teu caminho e do qual foste o jardineiro, o jardim que apenas as pessoas certas têm a sorte e o prazer de ver, o jardim que deslumbra qualquer um….

4 comentários:

  1. O caminhos estão todos abertos, todos a nossa frente,cabe-mos a nós decidir qual escolher...

    Está lindíssimo, mostra uma rara riqueza de espírito e uma clarividência única continua assim estás no caminho certo um grande abraço...

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  2. ...A Procura do Ser...Não é esta a essência de todo o Ser Humano??? Keep Going...
    Ur On The Right Way
    And Not Alone!!!

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